terça-feira, setembro 07, 2010

Início de um novo ano lectivo

Mais um artigo inspirador de June Fuentes:

«A escola já começou aqui em casa da família Fuentes e a semana passada tivemos uma fantástica festa de regresso às aulas, cheia de caças ao tesouro, bowling e ténis com a família. Aproveitámos também para ver os nossos novos materiais e livros. A minha mente está povoada de visões de experiências científicas, unidades de estudo e projectos de expressão plástica, e estou cuidadosamente a apontar tudo para não me esquecer de nada!

Uma das coisas que sei tratar-se de um desafio para as famílias que praticam ensino doméstico é o facto de termos muita flexibilidade, o que nos leva muitas vezes a preencher o nosso tempo com inúmeras actividades que nos obrigam a correr de um lado para o outro. Aulas, desporto, clubes, actividades, eventos e outras coisas podem levar-nos a passar o nosso tempo dentro do carro, sempre de um lado para o outro, privando-nos de tempo passado em casa.

É importante que escolhamos sabiamente as actividades em que a família se irá envolver, para não sobrecarregarmos o nosso tempo. Todas estas coisas podem parecer boas e, quando nos dispomos a fazê-las, fazêmo-lo zelosamente mas muitas vezes acabamos por sacrificar aquilo que é realmente importante. E acabamos por ter uma mãe esgotada, especialmente se tiver muitos filhos que tenha de transportar de actividade em actividade. Muitas mães já experimentam dificuldades suficientes só no ensino para ainda tentarem encaixar outras actividades no seu dia-a-dia; outras dão mais prioridade às actividades fora de casa do que às aulas e ficam alarmadas quando descobrem que os seus filhos começam a atrasar-se. Embora eu creia que é maravilhoso ter liberdade para praticarmos o ensino doméstico, também acredito que os pais têm a responsabilidade de fazer com que as coisas funcionem.

Consideremos então a seguinte hipótese: e se uma família escolhesse NÃO dividir a família, especialmente quando o PAI está em casa, e em vez disse resolvesse fazer coisas em conjunto? Em vez de levar o filho a correr para as aulas de xadrez, para ele jogar com meia dúzia de estranhos, porque não pô-lo a jogar com o Pai ou com o Avô? E se em vez de levarmos as crianças ao coro, cantássemos canções/hinos cristãos em família? Eu conheço famílias que o fazem. Elas valorizam o tempo passado em família e não se sentem pressionadas a fazer o mesmo que os outros fazem. Vejamos o caso do desporto, por exemplo. Se tiverem mais do que um filho, em vez de levar os filhos a sítios diferentes para praticarem desportos diferentes, estas famílias preferem praticar desportos em família, como o ténis, o vólei ou a natação. E quando pretendem jogar de forma competitiva, em equipa, convidam outras famílias para jogar consigo. A família Duggar, que tem 19 filhos, é um exemplo maravilhoso daquilo que acabei de dizer. Creio que nem sempre fazer mais coisas é a melhor opção. Não me interpretem mal. Não estou a dizer que não nos devemos inscrever em nenhuma actividade, mas sim que devemos escolher sabiamente aquilo que fazemos.

Claro que haverá sempre actividades nas quais vamos participar, tal como acontece com a minha própria família, mas temos de ter capacidade de discernimento e escolher cuidadosamente porque é muito fácil começarmos a acumular demasiadas actividades. Tenho uma amiga que é muito criteriosa com a forma como gere o tempo da sua família, e tem colhido frutos maravilhosos. E passam o tempo todo enfiados em casa? De forma alguma! Estão sempre ocupados, interagindo com muitas pessoas--Cristãos e não Cristãos--sempre a fazer coisas juntos enquanto família. Reparem nas memórias fantásticas que estão a criar! E em todo o treino e discipulado que têm oportunidade de fazer! Penso muitas vezes que é necessário tempo para cultivarmos o tempo em família e os relacionamentos familiares, sem estarmos sempre a pensar em ir a algum lado, o que por vezes dá origem a descontentamento. Pensamos que essas coisas nos preenchem mas muitas vezes fazem exactamente o oposto: acabam por nos fazer sentir exaustos e vazios.

Hoje em dia as famílias mal têm tempo para fazerem as refeições em conjunto, quanto mais para conversas profundas. E quando o Pai chega a casa do trabalho, quase não há tempo para o cumprimentar. Embora isto pareça ser normal nmas famílias actuais, não devemos querer fazer o mesmo. Em vez disso, devemos afastar-nos dessa tendência e preservar o melhor para as nossas famílias. As famílias actuais procuram desesperadamente mudança e fortalecimento e nós devemos usar o nosso tempo de forma sábia.

Que o Senhor nos dê a todos sabedoria, quando preenchemos os nossos horários com coisas boas e iniciamos um abençoado novo ano lectivo!»
 
Neste último ano lectivo, pelo facto de ter começado a conduzir e por outras circunstâncias que vieram à minha vida, caí no erro de passar demasiado tempo de um lado para o outro, em múltiplas actividades. E tanto eu, como toda a família, sentimos as consequências disso. Este ano, Deus arranjou uma forma de me sossegar. Começamos este novo ano lectivo com a minha avó a viver connosco e a depender totalmente de nós. Isto obriga-nos a passar mais tempo em casa, a gerir melhor a forma como ocupamos o nosso tempo, e a ter vontade de passar mais tempo em família. Deus sabe realmente todas as coisas e, quando nós teimamos em não O ouvir e em não fazer as coisas da forma certa, Ele arranja maneira de chamar a nossa atenção.

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