Ontem comprei o livro do António Feio, Aproveitem a Vida, e só não o li até ao fim porque já era muito tarde e eu estava cheia de sono. Ah, mas esta manhã já o terminei!!
Tenho de dizer a verdade. nunca fui uma grande fã dele enquanto actor, não porque ele não fosse um bom profissional mas simplesmente porque não calhou ver muita coisa feita por ele e também nunca despertou muito a minha atenção. Mas ao acompanhar pela comunicação social a doença dele, e agora ao ler o livro que o António Feio nos deixou, fiquei fã dele enquanto ser humano. Até porque eu gosto de pessoas. Tal como ele:
«As pessoas são muito mais importantes do que qualquer outra coisa. Gosto de pessoas. Gosto de as conhecer, do convívio com elas. Esta é a opinião que tenho. Mas não era uma ideia tão consciennte, nem tão saboreada. Por exemplo, sou capaz de ir ao Porto ter com uma pessoa já. Mas sempre fui assim. Em miúdo era capaz de fazer 1200km em Moçambique para ir à festa de aniversário de um amigo. Eram 12 horas de caminho. Ainda hoje me faz confusão quando as pessoas não são capazes de fazer este tipo de coisas pelas outras, quando o encaram como um sacrifício.»
A identificação com o outro é algo que mexe sempre connosco. E eu identifico-me com o António Feio em muitas das afirmações que faz. E admiro a forma como fala de si, dos seus erros, das suas fragilidades, mas também das suas virtudes. Isso é algo que eu admiro sempre em qualquer pessoa. Aquela coisa de fingirmos que somos perfeitos, que somos superiores aos outros, que temos tudo sob controlo, não dá para mim. Somos todos humanos, somos todos imperfeitos, estamos todos a caminho em direcção ao Alvo. Claro que uns vão mais à frente do que os outros mas ainda ninguém lá chegou.
Provérbios 20:9 - «Quem pode dizer: purifiquei o meu coração, limpo estou do meu pecado?»
Custa-me apenas que o António Feio dissesse que não tinha fé, embora eu tenha cá para mim, como já disse anteriormente, que não era bem assim.
«É importante sonhar, estabelecer metas, ter objectivos na vida, ainda que não os alcancemos. É isso que nos faz avançar, que nos leva mais longe. Sou assim desde pequeno.»
«Sou um perfeccionista, não gosto de fazer coisas mal feitas, logo, às vezes prefiro não fazer do que fazer mal.»
«Na verdade, acho que gostaria de conhecer o mundo inteiro. Viajar é uma das coisas mais fortes que podemos sentir, que melhor fazem à alma e isso, precisamente, porque somos confrontados com outros sítios, outras realidades, outras vivências, outras culturas, e isso só pode fazer bem à cabeça das pessoas. Há locais que podem até não ser os mais apetecíveis destinos turísticos, mas que podem representar importantes lições de vida para os outros.»
«O melhor e o pior de mim. O melhor sempre foi o humor. Já faz parte do meu ADN. A vida com humor é mais simpática. Se nos pudermos rir de nós próprios é um bom sintoma. Apesar de ter um humor corrosivo, é mesmo por piada que o faço, e nunca por desejar mal a alguém.
O meu maior defeito que, apesar de tudo, também é uma das minhas maiores qualidades: é ter uma agenda cheia. É uma característica minha. Para já, sou desafiado para inúmeras coisas e tenho uma grande dificuldade em dizer que não. Esta é uma das maiores dificuldades da minha vida, mas, ao mesmo tempo, outra das minhas maiores qualidades. Quando as coisas são interessantes é bom, quando são uma seca é porque não tive mesmo coragem de dizer que não. Tenho necessidade de ocupar a minha vida porque, para já, sou muito preguiçoso e, se não for desafiado para um certo número de coisas, o mais provável é que não faça nada. Depois, porque no final me sabe bem quando faço as coisas. Na maioria das vezes são experiências interessantes.»
Comprem o livro. Vale bem a pena. Gostei também muito de ler o posfácio do Dr. Nuno Gil e o capítulo «Mini-mini» diário do António. Não conhecia os dotes do António Feio para a escrita mas adorei a forma divertida e inteligente como ele escreve.
E pegando novamente nas palavras do António Feio, aproveitem a vida e ajudem-se uns aos outros!!!
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