Como estou em casa sem poder fazer grandes trabalhos físicos, pelo menos podia, entre outras coisas, escrever mais no meu blogue. É verdade que consegui passar a limpo a agenda das moradas, consegui pôr em dia papeladas e outras coisas do género e tenho lido muito, mas tem-me faltado a inspiração para escrever.
Eu sei que é habitual dizermos estas coisas mas apesar de habitual, acho que continuamos a não interiorizar isso. Já sabemos de cor e salteado que há sempre quem esteja pior do que nós, que há sempre quem esteja a sofrer bem mais do que nós. Não que isso nos alegre. Costumamos dizer «com o mal dos outros posso eu bem». Não sei se alguma vez entendi bem esta expressão. Eu não fico nada feliz por ver os outros a sofrer e, mais do que aliviada, sinto-me muito agradecida por ser poupada a sofrimentos que me parecem insuportáveis. Mas tenho sobretudo que me sentir agradecida, e nunca é demais repetirmos isto para nós próprios, por tudo quanto sou e quanto tenho, pelas imensas bênçãos na minha vida. E é quando olho para a vida de outras pessoas (como a Rita da reportagem sobre cuidados paliativos na TVI ou das mães que ainda agora ouvi a falarem da morte dos seus filhos) que percebo que os meus sofrimentos, as minhas dores, embora tenham todo o direito a existir, não são nada se comparadas com estas dores tão imensas. Obrigada Senhor pela minha vida.
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