No Verão do ano passado, o Pastor William Prentice, da Igreja Life Church em Lincoln, aquando de uma visita ao nosso país, deu uma profecia para a minha vida: que eu seria mãe de muitos filhos espirituais. E na altura, duas queridas irmãs inglesas, que tinham vindo com o Pastor e estavam hospedadas em minha casa, ficaram radiantes e disseram-me: «Vês? Não podes ter mais filhos naturais mas alegra-te pois serás mãe de muitos filhos espirituais!» E eu pensei: «Oh, sim, fantástico, mas o que eu queria mesmo era uma equipa de futebol de filhos biológicos e/ou adoptados. Porque é que Deus não faz antes isso?»
E por mais que eu afirmasse que Deus está no controlo, que Ele sabe todas as coisas, e Lhe dissesse: «Faça-se a Tua vontade», a verdade é que, no meu íntimo, naquele lugarzinho que mais ninguém conhece a não ser o próprio Deus, eu pensava que a vontade de Deus era que eu tivesse mais filhos naturais e que isso acabaria por acontecer, mais cedo ou mais tarde.
A verdade é que durante muito tempo senti um desgosto enorme por isso não poder acontecer e sentia-me até mesmo revoltada quando via mulheres a serem mães pela 2ª, 3ª ou mais vezes e por vezes aborrecidas por isso estar a acontecer nas suas vidas, e eu, que estava disponível e cheia de amor para dar a mais crianças, não tinha mais filhos.
Mas Deus tem trabalhado isso no meu coração e eu comecei a agradecer mais a Deus pela filha maravilhosa que Ele colocou na minha vida e comecei a ser capaz de aceitar a vontade divina sem querer «ajudar» Deus nos planos que Ele tem para mim e para a minha família. E hoje, pela Sua graça, já sinto paz em relação a tudo isto e até já começo a vislumbrar um pequenino porquê para que seja assim. Já vejo Deus a usar-me para tocar noutras vidas e vejo que tal não seria possível da forma que está a acontecer se eu tivesse uma casa cheia de filhos para cuidar. E tenho na minha filha uma companheira fantástica para este caminho em que Deus me colocou.
Mas, na verdade, o mais importante não é saber o porquê. O que é importante é ter a certeza de que Ele sabe.
4 comentários:
Aménnnnn!!!!
Também tenho passado mt pelo sentimento de ingratidão em relação a algumas áreas da minha vida e o diabo é mt astuto e leva-nos a olhar para o que outros têm e nós não temos.. Então, de seguida questionamos Deus...
Mas quando ouvimos bem a Voz de Deus entendemos que somos ingratos porque as bençãos são gigantescas e estão mesmo ali á nossa frente!
Que nunca fiquemos cegos:)
Beijinhos!!!
É típico do ser humano esta ingratidão e o querermos sempre olhar para o lado, achando que a galinha da vizinha é sempre melhor que a minha. Mas é como dizes, quando ouvimos bem a Voz de Deus, percebemos como temos de ser gratos pelas nossas vidas.
Bjs Gi. Um dia abençoado para ti.
Lara,
se adoptares, vais amá-los como se fossem teus porque tens um coração muito cheio de amor para dar.
Mesmo podendo ter filhos naturais, julgo que após o 1ºfilho natural quem queira ter uma casa cheia devia pensar em dar amor e conforto a crianças que realmente precisam. Há tantos sem pai nem mãe, sem carinho e sem tecto.
Neste campo não sou exemplo para ninguém pois já me sinto realizada como mãe e não tenho vontade, nem disponibilidade temporal para abraçar a maternidade novamente. Nem a maternidade de adopção.
Vou ajudando a humanidade noutros contextos. Especialmente no contexto ambiental. E de certa forma ter filhos é contribuir para o excesso de população no planeta. Deviamos pensar mais no equilibrio da vida na terra. Não é possivel a terra dar alimento a tanto ser humano sem entrar em ruptura.
Beijinhos querida.
Espero que compreendas as minhas palavras, servem apenas para ver a questão de outro prisma e não para impor ou criticar seja o que for.
Olá Rute,
Claro que não levo nada a mal o teu comentário. Fisicamente, posso ter filhos biológicos e a adopção é algo que sempre quis. Mas nem uma opção nem outra são projectos a solo, são decisões tomadas em família e o meu marido é totalmente contra qualquer uma das hipóteses. Por isso, nesse campo, nada a fazer. Como não estou a pensar na solução inicialmente proposta pela minha filha quando tinha aí uns 4 anos («vamos para outra casa e arranjamos outro marido»), tenho de me conformar e sentir-me agradecida pela filha maravilhosa que tenho.
Beijinhos Rute e temos de nos encontrar novamente.
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