quinta-feira, junho 02, 2011

Alegremo-nos e confiemos nas promessas de Deus

A nossa junta de freguesia organizou uma feira do livro muito simpática, com várias actividades, que eu e a minha filha já visitámos mais do que uma vez. Comprei lá este livro que há muito tempo tinha vontade de ler:

Li-o em dois dias (a minha filha diz que eu sou uma devoradora de livros mas ela não me conheceu nessa fase porque agora os afazeres são muitos e, embora os livros estejam sempre presentes, o tempo que dedico à leitura é consideravelmente menor do que há uns anos atrás) e satisfiz a curiosidade natural que muitos de nós temos por este tipo de histórias. Mas aquilo que verdadeiramente me impressionou foi a fé desta mulher no meio de tão grande e tão prolongada adversidade.

«Numa ocasião, um dos guerrilheiros que nos vigiavam, um jovem que parecia formal e decente, perguntou-me, depois de recolher as panelas da comida: "Clara, para quem é que canta?" Respondi-lhe que cantava para o meu pai Deus, e expliquei-lhe que me tinham ensinado a acreditar em Deus como se ele fosse meu pai. Ele replicou: "Se Deus existisse, pode ter a certeza de que não estaria cativa como está". E eu argumentei que não estava cativa por vontade de Deus mas por vontade dos chefes dele, de quem não sabia o paradeiro. E terminei dizendo-lhe que quando precisasse de ajuda porque, certamente, alguma vez haveria de precisar, pedisse ao Senhor que lhe iluminasse o caminho.»

«Não houve momento algum, durante o cativeiro, em que a minha fé em Deus e na sua profunda misericórdia, fraquejasse. E é preciso não esquecer que, em todo o mundo, todos os dias, houve milhares de pessoas que rezaram por mim e pelo meu filho».

«Quero que Emmanuel saiba que a mãe é uma mulher feliz, apesar da adversidade que enfrentou e que, com a ajuda de Deus, teve a coragem de ultrapassar.»

E como os pensamentos, mais ainda do que as palavras, são como as cerejas, pensei na tão falada crise e na tristeza que invadiu o coração e a vida de tanta gente. Sei que muita gente vive tempos muito difíceis mas custa-me que nós, os crentes, também estejamos assim tristes. E estamos a passar esta tristeza e esta angústia para os nossos filhos. Oiço tantas vezes coisas do género: «tens de perceber que a vida está muito dífcil, as coisas agora já não vão ser como eram, prepara-te porque vêm aí tempos ainda piores, isto está muito mal, etc., etc.» Penso que os valores que devemos transmitir aos nossos filhos são os mesmos, tanto em tempos de crise como em tempos de prosperidade. Claro que não devem querer ter tudo, claro que devem aprender a dar e a não esbanjar. E claro que, se há menos dinheiro em casa, há coisas que vamos ter de cortar. Mas não temos de ficar angustiados nem tristes. Se não podemos ir ao cinema, vamos ao parque; se não podemos ir ao restaurante, fazemos um piquenique; se não podemos comer bifes, comemos atum; se não podemos comprar roupa nova, remendamos a que temos.... E por aí fora. Claro que há situações bem mais complicadas do que estas que aqui mencionei mas é nestas alturas que temos que nos firmar nas promessas de Deus.

«Por isso vos digo: Não andeis cuidadosos quanto à vossa vida, pelo que haveis de comer ou pelo que haveis de beber; nem quanto ao vosso corpo, pelo que haveis de vestir. Não é a vida mais do que o mantimento, e o corpo mais do que o vestuário?
Olhai para as aves do céu, que nem semeiam, nem segam, nem ajuntam em celeiros; e vosso Pai celestial as alimenta. Não tendes vós muito mais valor do que elas?
E qual de vós poderá, com todos os seus cuidados, acrescentar um côvado à sua estatura?
E, quanto ao vestuário, por que andais solícitos? Olhai para os lírios do campo, como eles crescem; não trabalham nem fiam;
E eu vos digo que nem mesmo Salomão, em toda a sua glória, se vestiu como qualquer deles.
Pois, se Deus assim veste a erva do campo, que hoje existe, e amanhã é lançada no forno, não vos vestirá muito mais a vós, homens de pouca fé?
Não andeis, pois, inquietos, dizendo: Que comeremos, ou que beberemos, ou com que nos vestiremos?
(Porque todas estas coisas os gentios procuram). De certo vosso Pai celestial bem sabe que necessitais de todas estas coisas;
Mas, buscai primeiro o reino de Deus, e a sua justiça, e todas estas coisas vos serão acrescentadas.»
                                                                                                                                     Mateus 6:25-33



2 comentários:

Mrs. Potter disse...

É tão simples, não é? Acabei de ler há dias o "Radical - taking back you faith from the American dream" e fiquei a pensar acerca desta obsessão que temos pelas coisas e para que tudo nos corra sempre bem... Aconselho a leitura. :)

Beijinhos*

orvalho do ceu disse...

Olá, querida
Essa citação é um marco em minha vida... Faz 20 anos que mudou a minha direção...
Quase não estou conseguindo publicar comentários em Blog algum...
Bjs fraternais